Eis por fim, após três longas semanas em que "valores mais altos se levantaram" que regresso à revista on-line da minha vida. E é no calor do momento que vivi, vivo e viverei até Novembro [ provavelmente... ] que me reporto a um assunto sério...
Este documento não está protegido contra os corruptos que roubam pensamentos e expressões alheias. Desta forma, quando utilizarem o que quer se seja, depois de pedirem autorização à autora, esta é a referência deste documento específico:
Xekétiz, Kókó (2008). (DES) Orientação. The rockage passed when u got an headache [on-line]. Disponível:
http://therockage.blogspot.com/2008/02/des-orientao.html. Consulta em: 14/02/08.
Relativamente ao episódio que vos quero revelar..
Tudo se passou no dia 15 de Novembro. Depois de tanta insistência por parte da minha progenitora e do rebento que nasceu à minha frente e que tropeça na sombra, lá me convenceram a aderir a uma prova de orientação pedestre numa equipa com a Fmui.
Experiente em provas de orientação amadoras dos múltiplos antecedentes radicais, fiquei indignada quando nos inscreveram em OPT2, ou seja, fraquinhos com a mania que percebem, quando as duas manientas iam em OPT3, que significa alguma experienciazinha.. Bom, ao menos não nos inscreveram em OPT1 que devia ser para as crianças... [ Vá, não foi assim tão mau.. ].
Assim, preparadas para a imundice característica de corrida em lama com água para a prova competitiva que se instalava, aquele pedaço de plástico magnetizado para se introduzir no código da baliza, bússola de colecção, de banho em prata e com vários "nortes" e algo instável e telemóveis, não fossemos chegar tão cedo que tivessemos que combinar um lugar de reunião, lá seguíamos para a partida.
O resto das equipas, Cunhadito e Miguelito, mamy e papi do Cunhadito também iam em OPT3. Isto significa que todos iam num circuito mais longo, com mais balizas [ aqueles prismas triangulares pintado em triângulos brancos e cor de laranja ] e com hora de inicio diferente.
A Menina Rita, mestre das artes de orientação em veículos de duas rodas a motor humano [ parecido à rodinha pós ratos, mas adaptado, estão a ver? ] avisou-me que depois de me entregarem o mapa que tinha que seguir as fitas de sinalização a vermelho e branco e que passaria numa baliza não marcada antes de iniciar a prova, apesar de contar para o tempo.
Primeiras a partir, do grupo reunido, chegámos a uma rapariga que nos entregou um mapa e nos deu instruções frágeis, muito frágeis. Disse ela para olharmos apenas para um lado da folha que diria respeito à OPT2, que posteriormente, quando terminassemos aquele lado que nos seria entregue outro mapa para completarmos.
Resumindo, não percebi nada... Belo começo, portanto!
Ainda apreensiva com a situação de pura incompetência, a vontade era só a de começar a correr. Alinhei o mape com a bússola [ mais ou menos... ], olhei para o mapa e o caminho era para a esquerda.
Começamos a correr até que parámos porque havia alguma coisa que não estava certa. O mapa podia adaptar-se a vários caminhos.. pensávamos, andávamos, pensávamos, andávamos..
Alguma coisa se passava. Encontrámos o Cunhadito a dirigir-se para o inicio da partida e dissemos-lhe que o mapa era subjectivo, porque, não sei porquê, mas o mapa é sempre a primeira coisa a culpar. Sim, a segunda era a Fmui.
Nós corremos e andámos vários quilómetros num diâmetro de cerca de 500 metros. É que só podia ser ali!!
Chegámos a um ponto que saímos desse diâmetro e entrámos numa vila, contornámos viaturas, descemos estradas e passámos em vários cafés. Ali não havia de ser de certeza! Voltámos tudo para trás pela estrada principal, assim perto de três quilómetros.
Já estava a ficar bastante fusriosa com aquela situação e telefonei à Menina Rita a dizer que estávamos perdidas e que iamos voltar para trás, enquanto elas estavam em prova.
A Fmui lá conseguiu finalmente explicar aquilo que andava a ruminar desde há uma hora atrás e disse que se calhar devíamos ter ido em frente no inicio porque não tínhamos passado na baliza não sinalizada. Magnífico!
Realmente vimos um senhor a retirar fitas de sinalização e encontrámos uma baliza sem código. 1 hora e 30 minutos depois. Telefono novamente à Menina Rita a avisar que estavamos a começar a prova.
Foi giro não ter que andar às cotoveladas com ninguém porque já toda a gente tinha terminado a prova. Mas vimos um senhor a fazer jogging, muito interessante!
Ainda assim foi difícil, porque o espirito já era pouco ou nenhum e tudo gerava falta de paciência e desorientações.
Fizemos 12/14 balizas em cerca de 5 minutos e subimos e descemos o monte de arbustos muitas vezes para encontrar as restantes. Se calhar já tinham recolhido as balizas....
Nos entretantos a Menina Rita telefona a dizer que tinham chegado à meta e, como o telefonema já tinha ocorrido há uns 30 minutos achámos que era chato ficarem lá à espera o dia inteiro pela conclusão de uma missão MESMO impossível.
A andar, com cara de parvas e vergonha total voltámos ao ponto inicial, sem irmos à meta para não se perceber a nossa triste figura.
O problema é que tínhamos que ir informar da conclusão da prova para não sermos noticia nos jornais no dia seguinte a dar conta do desaparecimento de duas raparigas na mata.
O Cunhadito, amoroso, informou os rapazes que tínhamos terminado e que nos faltava receber uma garrafa de água e um caixotinho de Muesli.
A cara de pasmo e gozo foi lindo e quando começaram a analisar o que tinha sido feito e o que faltava fazer, que era o outro lado da folha que a incompetente tinha dito que era referente à OPT3, foram momentos de muita emoção e que ficaram próximos da minha passagem a coloração verde.
Fiquei com o orgulho desorientado.
Mas como tudo na vida, é assim que se aprende.
[ Tive e tenho que repetir isto tudo muitas vezes para conseguir digerir o que se passou, escrever isto publicamente e dormir todos os dias bem ;) ]