The rockage passed when u got an headache

segunda-feira, maio 12, 2008

Ofélix e os "Lélés da cuca"

[ Leitores, peço desculpa mas a aventura do Brasil está bloqueada devido ao número de fotos e à difícil que está a ser a sua reunião e selecção. Prometo que está para breve... ]

Entretanto, e como a vida não pára porque um post importante ainda está na fábrica, eis que algo de inesperado tem que ser revelado...

Vindos do Brasil e depois de finalmente percebermos que a vida de lorde tinha morrido,
voltámos a olhar para o horário...

Uma semana inteira com estatística, estatística... saúde da mulher e gestão de qualquer coisa [ nem o nome sei..... vergonhoso!].

Saúde da mulher...

Para compreenderem a importância desta disciplina que não é uma disciplina, deixem-me explicar-vos que esta, juntamente com toque no bebé, forma uma só disciplina que está inserida com 7 outras disciplinas na cadeia que se chama Seminários.

Como dá para compreender, a sua importância é relativamente pouco significativa... no entanto é mais interessante do que todo o restante curso.

Porquê? Perguntam.

Quando se imagina uma senhora de aspecto snob com 7 cm de espessura corporal e 20 cm de largura, 1.60 de altura, com os seus 30 e alguns anos de nariz empinado, toda muito à frente e com tendência para expressar tudo de forma comicamente explícita, a falar de assuntos como:
  • Alterações fisiológicas da mulher durante a gravidez [ coisas simples como o ganho de peso, as estrias, apetites desenfreados para chamar a atenção ou esquisitos como lamber a tinta branca por deficiências minerais, entre outros.. ].

  • A respiração durante o nascimento [ que são cerca de quê? meia dúzia de tipos de respiração, consoante a situação: ora se a senhora pode fazer força mas não quer, se não pode mas quer, se não quer mas deve. enfim... para não falar da fase da expulsão. alguém pensa em respirar nessa altura?! ].

  • As contracções [ em que a dor se instala na zona sub-abdominal, zona lombar ou em toda a cintura abdominal e que podem ser com ou sem dor e com ou sem ritmicidade. As com dor são as últimas, quando a frequência é, depois de horas e horas de sofrimento, cada vez mais superior. É que nem dá para pensar que está quase a acabar porque, literalmente, o pior ainda está para vir... ].

  • A episiotomia para evitar uma rasgadura [ trata-se daquele corte "cirúrgico" aquando da libertação da cabeça do parasita e que pode ter duas direcções: norte/sul ou norte/sudoeste. Este favor do bisturi serve para evitar que as paredes musculares rompam pelas costuras. Não se esqueçam que, como qualquer corte, precisa de ser cosido e acompanhada a sua cicatrização... ].

  • O pós-parto [ começa quando a mulher se consciencializa que parte de si está na cama ao lado e que vai deixar de sair à noite e ter que fazer comida para mais um, eis que se lembra do que lhe disseram nas classes durante a gravidez, aquilo de poder ganhar o pack completo com as estrias, hemorróidas, gordura acumulada, preparação para a amamentação, cicatrização, incontinência urinária, alterações hormonais... por aí... ].

  • A amamentação [ parece fácil para quem desconhece os problemas associados ao bico, "se é suficientemente grande para o bebé ter onde abocanhar" (por Ofélix), em que é necessário utilizar uma série de estratégias artificiais para aumentar o bico, a problemática da descida do leite, o número de vezes que o bebé deve mamar, durante quanto tempo, se este tempo vai de encontro ao leite que a mulher deve dar por dia... para não falar das complicações quando há stress, hábitos tabágicos, mastites (inflamação/infecção que resulta na compressão dos ductos que conduzem o leite até ao mamilo)... ].

Há uma situação específica que me chocou especialmente...

Na aula em que foi abordado o tema da episiotomia, a Ft. Ofélix referia a importância do Fisioterapeuta e eis que, num ambiente extremamente open mind e de fácil comunicação, me surge uma pergunta pertinente e simples: "como é que o Ft. realiza a massagem da cicatriz?" [o que eu fui perguntar...]

A senhora levanta-se da cadeira e, de pernas abertas e com o púbis proeminente, profere "porquê? tu (referindo-se a uma mulher no pós-parto) não consegues fazer isto?", com a mão a esfregar a zona púbica sobre as calças, imaginando que teria sofrido uma episiotomia...

Fiquei prostrada. Sem reacção.

Senti-me menos mal quando olhei para as FMU e a as caras de choque, solidárias as fofas, transcreviam o que estava a sentir.

A tudo isto o que consegui responder foi "só perguntei".

Momentos hilariantes, esquisitos e malucos era algo que sobrava. Temos pena que as aulas tenham acabado e que tenha vindo a Ft. SS falar de músculos vaginais, incontinência urinária, bexigas a saltar, entre outras coisas... senti-me mesmo na primária quando era para desenhar os múltiplos músculos que constituem o "pavimento pélvico" ao quadro. Muito didáctico.