The rockage passed when u got an headache

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

STOP

Eis que surge a reflexão sobre algo que nos atormenta o quotidiano... que é alvo de conversa a todo o santo dia... que é um elemento essencial à integridade humana... que nos é ensinado desde que somos peanuts [piqueninos, pronto...]... e que até é alvo do que se pode considerar um citação popular...

Exactamente, estou a referir-me ao Stop!

Definição e objectivos

É um elemento que se pode apresentar sob a forma de placa de sinalização, botão de forma circular ou em prisma quadrangular, geralmente com o fundo a vermelho e as letras brancas, podendo variar. O seu objectivo reporta-se à prevenção de acidentes de viação, ao caso de emergências ou para indicar a vontade de parar.

Esta definição poderia estar correcta se não se tornasse confusa para os leigos e comuns mortais...

Cuidados a ter

Aquela citação, referida principalmente pelos progenitores e instrutores do código da estrada "O STOP é para parar mesmo no deserto..." pode gerar conflito mental nos indivíduos.

Porquê? Vou dar-vos um exemplo prático..

No passado dia 15 estava com a Outsider K. e uns tantos compatriotas do curso no CascaiShopping a almoçar. Quando iniciámos a descida das escadas rolantes, em que ia ela a frente, eu e os outros atrás, ansiosamente procurava o botão do STOP, carregou mas não parou e começámos a descer.

Ok, tudo bem, dadas as circunstâncias a coisa passou..

Quando estávamos a chegar ao fim do trajecto, lá viu ela o botãozinho vermelho aceso e carregou....
*CORTE NA HISTÓRIA

Porque terá ela feito aquilo??

A. Porque é mesmo parva!...

B. Porque está a tirar a carta de condução e os maiores de idade que tiveram esse previlégio sabem bem que o deus dos instrutores é o STOP, o que até por vezes pode gerar discussão porque numa estrada sem ninguém apenas se parou durante 3,5 segundos e não os 5 segundos, que corresponderão ao tempo que um indivíduo normal demoraria a verificar os 2 lados da estrada porque a tendência é olhar sempre primeiro para o lado contrário... De forma que, sendo lei, quando há um, é mesmo para parar!!

C. Ela quereria dizer [não sei muito bem a quem...] que era naquela saída que pretendia sair, uma vez que está habituado a carregar todos os dias no botão, no autocarro, para indicar a paragem em que deseja sair do transporte.

Respostas possíveis:
1- A
2- A + B
3- A + C
4- A + B + C

O que acham?
Sinto que não devo responder porque posso estar, de alguma forma, a fazer um juízo de valor.. ;p

Consequências

*CONTINUAÇÃO DA HISTÓRIA
Com a paragem e devido à força da Inércia [ em tretasdonewton.com], os indivíduos que seguiam nas escadas foram ligeiramente projectados para a frente por forma que, quando chegaram ao fim, ainda em pânico com o susto, um indivíduo se virou para a O. K. e perguntou, meio ansioso num tom um pouco elevado, como que lhe ia passar a mão junto aos pelinhos da face: "Você é deficiente? Você é deficiente?"

:) Não aguentei e explodi a rir!!!

O senhor continuava no meio de insultos e eu, com um pacote com batatas numa mão e uma cola na outra, coloquei-me tipo body guard a rezar para que o senhor levantasse uma mão para a pequenota, porque já me começava a irritar aquela situação que se prolongou por algum tempo.

Por um lado ela tentava desculpar-se mas ele insistia. No meio da confusão um senhor perguntou ao primeiro quem tinha parado as escadas e este respondeu: "Foi essa idiota!!" foi então que me deu um chilique e se não estivesse a servir de bengaleiro para tanto produto alimentar me tinha atirado à cara do senhor!.. sempre podia ter atirado uma batatinha, mas tudo menos a cola.... [Mui dramatico...]

E quem é que estando irritado diz esse tipo de insultos?? Só mesmo aquela personagem.. enfim..

Prevenção

Tente não confundir os conceitos e objectivos quando vê um STOP, porque não, não é para parar mesmo no deserto!!

Instrução e Ensino

  • Se estiver num autocarro e desejar abandonar a viatura na paragem seguinte, use o STOP.
  • Se existir um STOP na sua faixa de rodagem, é para parar mas atenção à ridicularização da situação..
  • Se estiver trancado no elevador, e só neste caso, utilize o STOP.
  • Relativamente às escadas rolantes... pois, não faço ideia quando se deve carregar... é melhor não carregar!!





É... por vezes não pensamos como um simples STOP pode colocar em risco a integridade humana.... compreende-se!..

Não à banalização do STOP!!

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

OUI won!

Parece que, depois de tanta discussão, palavra solta, ameaça e beca-beca se chegou a um resultado..

É de referir, como já foi largamente discutido, que a abstenção tem um valor em branco mas, como tal, não deixa de ser um valor que em nada contribui para uma solução. Daí que é lamentável que mais de metade dos eleitores não tenha tomado uma posição disponível dentro de dois míseros quadradinhos..

Porque não o fizeram?


  • Não concordam com nenhuma das duas respostas? Ok, é compreensível mas, as decisões têm de ser tomadas e a posição "do contra" não é favorável a uma resolução. Concordam com meia resposta? Atenção que o objectivo não é a radicalização da opinião, mas sim um contrapesar dos prós e contras.... [ Eu bem disse que rendia mais colocar mais quadradinhos para preencher o papelito, do género "Estou indeciso", "Não me apetece pensar nisso agora", "Não gosto dos outros quadrados" ou "Hoje está a chover?". ]
  • As urnas estão numa escola C+S do Concelho vizinho e o autocarro são 3,20 euros.. Pois, realmente ninguém tem em consideração estas dificuldades típicas do interior..
  • O Padre diz para votar "Não", mas eu sou a favor do "Sim".... Pah, não quero ser excomungado, a minha avó tinha um AVC com tanto desgosto...
  • Vim do estrangeiro e não cheguei a tempo às urnas... [ lol ]
  • A mais grave.....: Tenho 23 anos e não sou eleitor!!!! [utente ao meu cargo no estágio presente...]
(Se têm conhecimento de mais alguma razão, é favor comunicar para tentar reunir os principais motivos que levaram as pessoas a ficar em casa...

"Só eu sei porque não fico em casa" [ Não, não é publicidade a esse triste clube...] )




Falando a sério..

Penso que o resultado demonstra, não só que a maturidade e a noção de valores e sua estratificação, principalmente das novas gerações, estão a progredir no sentido da diminuição de injustiças sociais e ideias conservadoras que desde sempre condicionaram a evolução da sociedade.

É necessário romper com o passado... a condenação, solução antiga para tudo o que pudesse de alguma forma interferir com os valores de alguém mais empírico e senso comum, não é a solução para este problema, existente desde sempre, e que perdura, ainda para mais com consequências jurídicas, sem sentido, que provam o nosso atraso face à restante Comunidade Europeia.

O votar "Sim" não pode ser baseado na anarquia, assim como o "Não" não pode ser baseado na discussão do início da vida. Daí que, a solução passe sim pela despenalização das mulheres que recorrem a este processo e não pela liberalização do processo em si.


Em relação às campanhas..

A campanha promovida pelo "Não" teve demasiados pontos negativos, não só a sua focalização no início da vida, como já fora referido, mas porque se basearam nas complicações do aborto para a mulher, como a nível psicológico. É de salientar que, com a despenalização, as mulheres não serão obrigadas a abortar, simplesmente poderão optar, escolher, sem represálias. Outro ponto negativo foi a chantagem emocional que pareciam tentar cultivar através de uma linguagem e abordagem conservadora muito confusa que condicionou, a meu entender, a população mais idosa a quem estas ideias são difíceis de entender à partida, uma vez que a mentalidade ainda está presente no passado. Nem vou comentar os argumentos relativos a métodos contraceptivos, visto que se parecem basear em "tapar o sol com uma peneira"...


A campanha do "Sim" foi mais organizada, focando os principais prós, demonstrando a sua importância num plano mais prático. Penso que os argumentos foram os melhores e o facto de terem dado especial ênfase às mortes que ocorrem anualmente devido a abortos clandestinos fez a diferença, porque as pessoas têm uma leve ideia de que o processo pode ter muito insucesso quando realizado em condições precárias, mas os valores demonstram e traduzem que realmente são muitas mortes.


Existe muita ignorância que se reflete nos valores nulos do referendo.







Voto sim porque, apesar de não concordar com a liberalização do aborto enquanto método contraceptivo tardio, concordo que a mulher deve ter o direito de escolher fazer ou não o aborto e, principalmente, que deve ter o direito a receber cuidados de saúde dignos se essa for a sua decisão...


[ Isto daria uma larga reflexão, daí que apenas tenha sintetizado a minha justificação. Agora que os resultados saíram, parece-me que devo citar o meu voto, como forma de auto-expressão. ]


sexta-feira, fevereiro 02, 2007

"Votar NÃO?" - O argumento católico

Esta história relativa ao referendo do Aborto já agonia toda a gente mas, quando se pensa que todos os argumentos e barbaridades já foram ditas, eis que surge sempre mais uma!!



Quem votar 'sim' fica sem funeral religioso

"Os cristãos que vão votar 'sim' no referendo serão alvo de excomunhão automática, a mais pesada das censuras eclesiásticas", garante o cónego Tarcísio Alves, pároco há cinco anos em Castelo de Vide (Portalegre). A excomunhão automática atinge ainda "todos os intervenientes na execução do crime, como, por exemplo, médicos e enfermeiros", sublinha, enquanto consulta página a página o Código Canónico.

"Se um católico aceitar a liberalização do aborto incorre na censura da excomunhão e não poderá ser reintegrado na comunidade cristã sem intervenção do bispo", sustenta ainda. Doutorado pela Universidade Católica de Salamanca em Direito Canónico, Tarcísio Alves tem distribuído nos últimos tempos, pelos paroquianos, um boletim informativo em que adverte os devotos para os "perigos" de votar "sim" no próximo referendo e as consequências, junto da Igreja, que poderão sobrevir. "Não fui eu que inventei estas regras, está tudo bem explícito no Cânone 1398" sublinha.

Mas o vigário judicial da diocese de Portalegre e Castelo Branco vai mais longe ao alertar os fiéis para "outros perigos" que podem surgir, se no próximo referendo o voto recair no "sim". "Se votar no 'sim' ou se se abstiver, poderá estar também a cometer um pecado mortal gravíssimo. No referendo até as irmãs vão sair dos conventos porque senão também incorrem num pecado de omissão", adverte.

Para o clérigo trata-se de "um caso grave", porque todos aqueles católicos que violarem as leis da Igreja sobre este ponto "não podem casar, baptizar-se e nem poderão ter um funeral religioso - Cânone 1331."Tarcísio Alves garantiu ao DN que "não faz política nem fala do caso durante as missas de domingo, mas no seu boletim paroquial e através de e-mails". O cónego promete continuar a "esclarecer a população e a prova disso passa pela edição, ainda hoje, de mais um boletim que no último parágrafo apela mais uma vez ao voto no 'não'".

A comunidade católica de Castelo de Vide encara estes "avisos" de forma natural e aplaude a atitude do cónego. "Acho bem que expliquem os perigos do aborto às pessoas, principalmente a nós, os mais velhos, que nunca estudámos. O que sabemos é através daquilo que vemos na televisão", diz Piedade Godinho à entrada da igreja.

Sexta, 19 de Janeiro de 2007 Edição Papel
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Esta noticia ridícula de conteúdo inexplicavelmente surrealista retrata de forma clara a mentalidade destes seguidores religiosos e um pouco de toda a base religiosa.

Argumentos e citações do género referido têm como objectivo a "lavagem cerebral" e não propriamente uma argumentação forte que pudesse ser discutida como elemento integrante de um debate na procura de soluções.

O objectivo não é denegrir a religião em causa, colocar em questão a sua fundamentação e credos mas, mesmo que tenha sido apenas um indivíduo a referir o transcrito, é isto que se passa no seio da difusão e pregação da religião.

A meu entender, penso que nenhuma religião deve tomar partido nestes casos, no sentido de promover a reflexão e opinião próprias. Por exemplo: em Portugal, em que a população é maioritariamente cristã e isto em números se traduz em milhões, como é possível que estejam sob o comando de dos supremos religiosos? É porque, se não estiverem de acordo, sofrerão represálias e nem vou falar das ameaças referidas pelo sujeito em causa...

Acima de tudo, o mais importante é a pesquisa de informação no sentido de votar com o máximo de consciencialização e não, porque alguém diz qual a melhor resposta.




P.S. Devo dizer que de "brain wash" e ameaças por parte de elementos constituintes desta religião na questão do aborto percebo eu, uma vez que me foi familiar durante 9 longos anos...