Pensemos em barreiras arquitectónicas.
Imagino que estejam a imaginar postes de sinalização, escadas de acesso, passeios elevados e estreitos e todas as dificuldades associadas aos indivíduos portadores de deficiência, que se deslocam com auxiliares de marcha ou cadeira de rodas.
Não é destas barreiras que estou a falar..
Quem é que nunca ouviu o comentário estupidificante: "comes tanto que qualquer dia não cabes na porta?", normalmente associado a uma calma refeição em que o indivíduo não comeu nada durante o dia ou é o prato preferido.
No entanto, esta expressão tem toda a razão de ser. Porque não são igualmente noticiadas nos telejornais dos dramas as casas dos obesos que não saiem de casa porque não conseguem transpôr a passagem entre as ombreiras da porta do quarto? Ou deslocar-se à wc pelo mesmo motivo?
Se pensarmos, normalmente se um indivíduo não conseguer aceder porque a cadeira de rodas propicia a mesma dificuldade, qualquer individuo ou vários indivíduos conseguem ajudar. Mas como ajudar um obeso mórbido a passar uma porta? Só com a ajuda das bolas metálicas demolidoras de paredes.
Este problema recorda-me então o velho ditado: "uns com tanto, outros com tão pouco".
Pois é... tão longe e tão perto!
Se, depois da geografia, pensarmos na matemática, chegamos à conclusão que a largura de uma porta em que um Americano se consegue inserir de perfil, corresponde a cerca de seis Africanos de perfil. 1 para 6. Chocante!
Parvo. Mas dá que pensar! [ Eu avisei! ]
P.S. O segundo desenho está de mestre, não está?